A Unifimes, através do NAPSI, está realizando vários encontros com estudantes e professores durante o final do mês de setembro e também início do mês de outubro. Os encontros tem a finalidade de discutir sobre a campanha Setembro Amarelo (Campanha de prevenção ao suicídio). Os encontros destinam-se ainda à Prevenção à Saúde Mental.

 

Sobre as campanhas…

           O ambiente universitário tem muitas peculiaridades na constituição institucional estrutural, organizacional e nas relações das pessoas que ali se encontram. De um lado professores, ávidos por ensinar seus saberes e se utilizando de diversas técnicas para o processo de ensino, de outro lado, estudantes com suas individualidades, realidades e subjetividades. Mediando ou regulando essas relações temos os gestores com suas regras, normas. E este ambiente de diferenças, interações sociais pode gerar problemas mentais, quando não bem administrados pelos indivíduos ali imersos.

               A docência no ensino superior traz consigo, características próprias no exercício da profissão. E essas características do ponto de vista objetivo da docência é a parte fácil, mas a subjetividade da relação docente consigo, docente-docente, docente-estudante essas interações trazem sentimentos diversos, expectativas, frustações e de acordo com que cada um reage a essas questões, podem desencadear problemas na saúde mental. De acordo com revisão da literatura de Diehl e Marin (2016), sobre a saúde mental do docente no ensino superior, constataram que as principais causas de adoecimento são: as pressões em relação à produção intelectual; Sobrecarga de trabalho; Precariedade nas condições laborais; Competição entre docentes, gerando tensões entre colegas; Burocratização.

         Assim cabe a cada docente se preparar para a jornada diária, semanal, mensal e anual de uma das profissões, que foi considerada pela OIT a (Organização internacional do trabalho) “ … a profissão como de alto risco físico e mental…” (Pomiecinski,2014). Algumas medidas simples podem ser tomadas por cada um dos profissionais da Educação superior para que não chegue aos atestados médicos e afastamento do trabalho por doenças físicas e mentais. Essas medidas são simples e preventivas tais como: Cuidados diários com a voz, reconhecer seus limites pessoais, praticar exercícios físicos, alimentação saudável, ver o lado positivo das coisas.

             Nos últimos anos, percebe-se que os estudantes universitários têm adoecido consideravelmente seja por problemas físicos seja por problemas mentais. Padovani e colaboradores em 2014, realizaram uma pesquisa de vulnerabilidade do bem-estar psicológico de estudantes universitários e conclui que os achados evidenciam a vulnerabilidade dos estudantes universitários e apontam para a necessidade de ampliar a discussão em torno da saúde mental dos universitários e de desenvolver programas de prevenção e intervenção. Na pesquisa encontra os seguintes dados estatísticos foram abordados 3.587 estudantes, de ambos os gêneros, regularmente matriculados. Em relação à sintomatologia de estresse, foram investigados 783 indivíduos, e a prevalência geral foi de 52,88%. Os sintomas ansiosos foram avaliados em 709 estudantes, e a prevalência encontrada foi de 13,54%. O sofrimento psicológico foi avaliado em 1.403 graduandos, sendo que 39,97% da amostra apresentou sofrimento psicológico significativo. O burnout, avaliado em 468 participantes do curso de medicina, foi encontrado em 5% da amostra. 

             O SETEMBRO AMARELO, é uma campanha de prevenção ao suicídio, incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Brasil é de iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e CVV ( Centro de Valorização da Vida), que tem como objetivo desmistificar o tema e incentivar a conversa sobre o assunto pois compreende que falar sobre o tema ainda é a melhor solução, o caminho fundamental para evitar tragédias e diminuir os índices. Pois, no Brasil sempre foi um tabu falar sobre o suicídio, onde as pessoas evitam falar sobre isso, no entanto, a campanha diz que falar é a melhor solução. Assim o mês de setembro é o mês de conscientização, reflexão sobre esse tema.

         Segundo dados de 2012 da OMS, no mundo, 800 mil pessoas cometem suicídio ao ano. O número de tentativas é ainda mais assustador: para cada caso de óbito, 20 outras tentativas são registradas.

         O Brasil é o 8º país na lista de casos: foram 11.821 casos registrados em 2012. Na faixa etária entre 15 a 29 anos, é a segunda causa de morte, ficando apenas atrás de acidentes de trânsito.

       Números preocupantes que podem ser diminuídos com campanhas de prevenção e conversas sobre o assunto. A meta até 2020 é conseguir diminuir em 10% o índice de casos. Dessa forma, o Centro Universitário de Mineiros Unifimes, inicia este ano de 2018 a campanha de prevenção à saúde mental de docentes e estudantes, com objetivo de prevenir com palestras informativas e reflexivas sobre doenças mentais, sinais, sintomas e prevenção.

 

 

 

                 Referências:

PADOVANI, Ricardo da Costa et al.Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Rev. bras.ter. cogn. [online]. 2014, vol.10, n.1, pp. 02-10. ISSN 1982-3746.  https://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20140002. 

 

Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/combate-ao-suicidio/