A McAfee divulgou as conclusões do seu estudo anual sobre segurança na Web, no qual especialistas, entre eles brasileiros, advertem que a recessão está provando ser uma motivadora para os criminosos virtuais realizarem atividades fraudulentas, aproveitando o clima de medo e ansiedade dos consumidores.
     O estudo afirma que a crise econômica está desviando a atenção dos políticos em todo o mundo e, aponta também, que a segurança virtual não é considerada uma prioridade pelas autoridades de modo a realizarem progressos contra os criminosos na Internet.
     No Relatório Anual de Criminologia Virtual da McAfee, os especialistas afirmam que, se não forem destinados recursos significativos aos esforços internacionais para o combate à atividade mal-intencionada na Internet, haverá o risco de o crime virtual afetar a confiança dos consumidores, reduzindo ainda mais a velocidade da recuperação econômica global.
    A quarta edição deste estudo da McAfee também examina as ameaças emergentes para a segurança global na Internet e conta com opiniões de acadêmicos, advogados criminalistas, autoridades policiais e especialistas em segurança de todo o mundo, sendo três deles representantes do Brasil.
     Foram identificados os seguintes principais desafios:
01. Golpe do Crédito Virtual – os cibercriminosos estão aproveitando a ansiedade dos consumidores para lucrar com velhos golpes do tipo "fique rico rápido". As pessoas estão se inscrevendo para acrescentar códigos mal-intencionados em sites, atraídos pela promessa de dinheiro fácil. Ao mesmo tempo, aqueles que procuram desesperadamente por emprego têm sido recrutados como "mulas de dinheiro" para efetuar a lavagem dos lucros dos criminosos virtuais, no papel de representantes de vendas internacionais. Com a crise econômica mundial, muitas pessoas passam a procurar pelos melhores negócios na Web, tornando-as mais suscetíveis e aumentando as oportunidades de ataque por parte dos criminosos virtuais.
02. Desvio da atenção de governos – como os governantes estão concentrados na recessão econômica, a luta contra o crime virtual passou para "o segundo plano" de suas prioridades, gerando o aumento da gravidade do crime virtual.
03. Escassez de policiais virtuais – as forças policiais muitas vezes carecem de mão-de-obra especializada, fundamental para que o combate ao crime virtual seja eficaz. A ausência de treinamento dedicado e contínuo, de uma remuneração satisfatória ou de um plano de carreira transparente está fazendo com que os espiões virtuais sejam atraídos pelo setor privado ou por economias clandestinas.
04. Criminalidade oculta – A Rússia e a China se transformaram em importantes portos seguros para os cibercriminosos, ao passo que o Brasil se torna cada vez mais um "bode expiatório" para o crime virtual. Normalmente, a estratégia utilizada pelos criminosos de redirecionar o tráfego como isca, gera erros de direcionamento na origem dos ataques, dificultando a sua identificação.
05. Ilhas de informação – os problemas estão tomando proporções cada vez maiores, mas as autoridades policiais permanecem restritas a atuar dentro dos limites físicos nacionais. Enquanto que os criminosos virtuais agem e colaboram entre si rapidamente através de fronteiras, a comunicação das polícias entre os países se mantém inconsistente e limitada. As questões locais têm prioridade sobre os esforços globais e as leis internacionais estão sendo implementadas com variações regionais que impedem a negociação da jurisdição e da extradição entre países.

     O McAfee Virtual Criminology Report 2008, em inglês, está disponível para download no site – www.mcafee.com.
    Mais informações sobre as descobertas dos pesquisadores e suas opiniões estão no blog https://siblog.mcafee.com/portal.

Fonte: www.olhardigital.com.br
Acessado em 12/12/2008