Preparar professores e diretores de escolas dos países do Mercosul para que eles possam acompanhar os avanços científicos e tecnológicos do mundo globalizado.
    Este é o objetivo do projeto de capacitação de docentes e gestores escolares da educação profissional e tecnológica da Organização dos Estados Americanos (OEA). A primeira etapa da capacitação foi executada de segunda a sexta-feira desta semana, no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), em Natal.
    O projeto foi elaborado por técnicos do Ministério da Educação, sob a coordenação da professora Márcia Moreschi, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). O Instituto Federal do Rio Grande do Norte foi escolhido para organizar e sediar o primeiro encontro, devido à experiência adquirida pela instituição na execução do Projeto Hemisférico, de educação para o trabalho, também promovido pela OEA.
    Sob a coordenação do professor Otávio Tavares, 20 professores e gestores de escolas do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Colômbia participaram de um treinamento de 32 horas, no qual foram apresentadas atividades teóricas e práticas sobre desenho curricular por competência, formação de professores e didática para a educação técnico-profissional e metodologia de avaliação.
    “A integração por meio da educação é possível e necessária, porque é a única maneira de se estabelecer relações entre os países baseadas na paz”, disse a professora argentina Patrícia Chalabe, diretora da Escola Técnica de Educação Secundária do Ministério da Educação da Província de Jujuy. Segundo ela, os cinco dias de capacitação foram “extremamente enriquecedores”, opinião compartilhada pelo diretor de gestão escolar do Conselho de Educação Técnica e Profissional do Uruguai, Javier Landoni.
    Os participantes elogiaram a logística e a boa qualidade do treinamento e se mostraram impressionados com a estrutura da rede federal de educação profissional em geral, e do IFRN em particular. “Infelizmente, no meu país não dispomos de uma estrutura como essa para o ensino profissionalizante. Mas acredito que muita coisa que ouvimos e aprendemos nesse encontro poderá ser aplicada a curto e médio prazo nas nossas escolas”, disse Landoni, para quem há muito mais pontos em comum do que diferenças entre os sistemas de ensino do Uruguai e do Brasil.
    Para os representantes da Colômbia, Ana Maria Botero e Andrés Nuñez, a troca de experiências entre os participantes é muito importante para que se consiga um modelo de educação profissional que estabeleça bases comuns, porém respeitando as características de cada país. “Essa troca é fundamental e o espaço para que ela aconteça neste projeto deve ser ainda mais ampliado”, disse Ana Maria. Ela e o colega Andrés sugeriram também que na próxima etapa seja dada uma ênfase maior à aplicação prática do modelo sugerido. “Sentimos necessidade de acompanhar o desenvolvimento dessa didática na sala de aula”,completou Andrés.
    Para o professor Otávio Tavares, coordenador desta primeira etapa da capacitação, a iniciativa da OEA é muito importante para a integração do Brasil com os países vizinhos. Segundo ele, a adoção de uma mesma filosofia de ensino na área tecnológica deverá aumentar a mobilidade de profissionais e estudantes na América do Sul e isso significa uma ampliação considerável das oportunidades de estudo e trabalho. “Os representantes dos ministérios da Educação dos países envolvidos devem trabalhar cada vez mais com a perspectiva de ampliação desses tipos de atividades, para que se crie uma cultura que extrapole as dimensões nacionais de cada uma dessas nações, dentro da perspectiva de formarmos cidadãos do mundo”, completou.
    Otávio Tavares explicou que durante o encontro foram produzidos do*****entos sobre diretrizes curriculares que permitirão que os participantes atuem como multiplicadores, em capacitações realizadas nos respectivos países. A segunda etapa do treinamento, prevista para março, vai tratar de gestão escolar e práticas de relação com o mundo do trabalho. O local ainda vai ser definido.

Fonte: MEC – Assessoria de Comunicação Social
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Em 03/02/2009