Ao dar posse à comissão de educadores encarregada de implantar a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou que a instituição nasce para acolher os filhos dos trabalhadores da região e que sua concretização é uma conquista dos movimentos sociais e do Congresso Nacional. A UFFS terá campi distribuídos entre cinco municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
     A comissão que vai definir o projeto político-pedagógico da UFFS tem a coordenação do professor Dilvo Ristoff, do Departamento de Línguas e Literatura Estrangeira da Universidade Federal de Santa Catarina. O prazo para construir o projeto, fazer os primeiros concursos públicos para professores e técnicos e realizar o primeiro vestibular é de um ano. Ristoff espera fazer o primeiro vestibular para dez cursos, dois em cada campi, no segundo semestre deste ano.
   De acordo com o ministro Haddad, a Universidade Federal da Fronteira Sul integra um conjunto de instituições voltadas para os movimentos sociais, para atender os arranjos produtivos locais e a integração regional. “É um processo de abertura do país para o seu interior e para os [países] vizinhos”, explicou. Estão nesse grupo de novas instituições, as universidades da Integração Latino-Americana (Unila), com sede em Foz do Iguaçu (PR); da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab), com sede em Redenção (CE); e do Oeste do Pará (Ufopa), com sede em Santarém (PA).
   Na presença do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, de parlamentares, prefeitos, reitores e educadores, Haddad disse que cada centavo do orçamento do MEC está comprometido com metas qualitativas e quantitativas e que a educação está hoje na agenda do Estado. Isso acontece, segundo ele, porque o ministério firmou compromisso com os 5.563 prefeitos e 27 governadores para melhorar a qualidade da educação básica e trabalha com 55 universidades federais e 38 institutos federais de ciência e tecnologia para expandir e qualificar a educação superior, profissional e formar professores.
     O ministro Paulo Bernardo explicou que o país enfrenta uma conjuntura diferente, que a União fez um corte preventivo de R$ 20 bilhões no orçamento federal, mas que os investimentos em educação são prioridade e estão preservados. Ele também citou que quando percorre o país ouve falar em PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), em Reuni (plano que apóia a reestruturação das universidades federais) e em ProUni (programa que concede bolsas de estudos para alunos de baixa renda estudarem em universidades particulares). Para Paulo Bernardo, quando políticos e a população falam nos programas significa que eles chegaram onde deviam chegar.

Região mista

    A UFFS, segundo Ristoff será implantada numa região onde convivem o minifúndio, a agroindústria e a monocultura da soja. Ele prevê que os primeiros cursos de graduação devem ser nas áreas de ciências agrárias, engenharia ambiental e formação de professores. A universidade terá sede em Chapecó (SC) e campi em Laranjeiras do Sul e Realeza (PR), Cerro Largo e Erechim (RS).
    Toda a formação do professor Dilvo Ristoff é na área de letras. Fez a graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina e o doutorado na Universidade do Sul da Califórnia (Estados Unidos). Trabalhou de 2003 até esta data no Ministério da Educação onde exerceu diversas atividades, entre elas, foi diretor de estatísticas da educação superior no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Andamento

     O Projeto de Lei nº 3.774/2008, que cria a UFFS, foi aprovado na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, em novembro de 2008, e hoje tramita na Comissão de Educação. Mas para se tornar lei, o projeto precisa de exame dos deputados das comissões de Finanças e de Constituição e Justiça. Se for aprovado, vai para a apreciação no Senado.
      O projeto de lei que cria a nova universidade autoriza o MEC a criar um quadro de pessoal com vagas para 500 professores e 340 servidores técnico-administrativos, das quais, 232 de nível intermediário e 108 de nível superior.

Fonte: MEC
Escrito por: Ionice Lorenzoni
Acessado no site
www.goiaseducacao.com
Em 13/02/2009