O expressivo crescimento da Educação a Distância (EAD) no Brasil tem gerado novas frentes em diversas áreas de atividade, principalmente no ambiente acadêmico, na estrutura federal de ensino e no mercado educacional.
     Trata-se de uma área de arranjos institucionais complexos, legislação idiossincrática (há leis específicas para a EAD) e instâncias de ensino distintas, para falar apenas do sistema oficial de ensino. Junte-se a isso, para tornar o quadro ainda mais complexo, os inúmeros cursos livres ou ainda os de educação corporativa, produzidos pelas empresas para seus próprios colaboradores, fornecedores ou terceirizados. Há um leque de opções enorme, e todos eles, sem exceção, em todas essas áreas, crescem muito acima do índice percentual que cresce a economia do país.
     Ao criar o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), em 2004, o Instituto Monitor, com o apoio da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), abordou de forma inédita e esclarecedora esse ambiente cheio de detalhes que é a EAD e municiou a sociedade de instrumentos para o planejamento e a gestão.
     A publicação concluiu, por exemplo, que, em todo o país, já chegam a quase 1 milhão (972 mil) os estudantes em todas as áreas de ensino a distância, desde o antigo supletivo até a pós-graduação, passando por cursos técnicos e de extensão, ou seja, só no ensino credenciado (sendo 727 mil só nos níveis de graduação e pós-graduação). Isso sem contar os cursos livres e de educação corporativa (com estes, o número ultrapassa 2,5 milhões). Isso representa um crescimento de 213% no número de alunos a distância no país nos últimos quatro anos (2004-2007).
     Já o MEC, apurando os dados em um espaço temporal diferente (no meio do ano de 2008, enquanto o AbraEAD foca o total de matrículas do início ao fim do ano de 2007) chegou a números muito parecidos. Por exemplo: um total de 769 mil alunos nos níveis de graduação e pós-graduação, área sobre a qual mais se debruça o ministério.
    Em absolutamente nada o AbraEAD confronta ou contradiz os dados oficiais sobre Educação a Distância do país, que aliás também divulga, e conta nisso com apoio decisivo da Secretaria de Educação a Distância do MEC. Os dados do senso educacional promovido pelo Inep, extremamente importantes como referência, assim como os dados do AbraEAD, focado no ambiente ampliado dos demais níveis educacionais e no mercado educacional, são instrumentos complementares para o estudo desta modalidade de ensino. É comum que, debruçados sobre levantamentos distintos, especialistas enxerguem algum conflito. Porém, isso se deve quase sempre às armadilhas que um sistema complexo, como não poderia deixar de ser o brasileiro, oferece a quem faz uma leitura apressada dos números.
     De qualquer forma, a feliz abundância de instrumentos estatísticos nos dão, em uníssono, uma grande certeza: a educação a distância é a modalidade de ensino que mais cresce no país. E seu horizonte é uma avenida aberta.

Matéria escrita por:
Fábio Sanchez
Coordenador do Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a Distância
(AbraEAD)
Fonte: Zero Hora
Acessado no site
www.goiaseducacao.com
Em 26/01/2009