O Ministério da Educação estuda acabar com o sistema de amostragem e tornar a participação no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) obrigatória para todos os calouros e formandos dos cursos superiores avaliados.
     Na quinta edição do Enade, a amostra sorteada para fazer a prova correspondia a 56% do total de 824 mil alunos aptos. Cerca de 500 mil estudantes fizeram o exame.
     A União Nacional dos Estudantes (UNE) defendeu o boicote ao teste, por entender que o Enade tem peso excessivo na avaliação do ensino superior.
    Com o sistema de amostra, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, sorteia os participantes. O número de alunos selecionados pelo Inep para a prova de ontem era de 564 mil — o balanço de participação só será divulgado hoje. Destes, apenas 461 mil correspondem à amostra dos cursos avaliados neste ano. Os demais são voluntários ou alunos que deixaram de fazer o teste em anos anteriores e que, por isso, não receberam o diploma.
    Segundo Fernandes, o tamanho da amostra é confiável, mas gera desconfianças entre as instituições de ensino e alimenta reclamações entre alunos que se sentem prejudicados por serem obrigados a participar, enquanto colegas são dispensados. A USP e a Unicamp nunca participaram do Enade. Elas criticam o sistema de amostragem.
    No Rio, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aloísio Teixeira, disse que o Enade é importante para a avaliação do ensino superior. Para ele, os critérios adotados atualmente são mais justos com as universidades que o antigo Provão. Teixeira, no entanto, criticou a classificação das instituições de ensino de acordo com o resultado no exame. Para ele, esse ranking cria um ambiente de competição desfavorável "perversa e predatória" ao meio acadêmico.

Fonte: O Globo
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Em 12/11/2008