Mais de 70% dos formados em Licenciatura no País não trabalham como professores nas escolas brasileiras. Estudo inédito feito pelo Ministério da Educação (MEC) mostra que, com exceção das áreas de física e química, existem mais licenciados do que a demanda para dar aulas em todas as salas de 5ª a 8ª série e do ensino médio.
     Cerca de 1,2 milhão se graduaram como potenciais professores nos últimos 25 anos e o crescimento nesse contingente desde 2001 foi de 66%. Mas eles não querem ir para as salas de aula.
     A valorização da profissão, que comemora hoje, 15 de outubro, seu dia, minguou com a expansão de estudantes nas escolas públicas brasileiras na última década. Em julho, o Conselho Nacional de Educação (CNE) chegou a divulgar um estudo que falava em "apagão" de professores, já que o País teria uma déficit de 246 mil profissionais.
     A pesquisa do MEC, agora, mostra números diferentes. A demanda para cobrir todas as escolas de 5ª série ao ensino médio do Brasil é de 725.991 docentes e há 1,4 milhão em exercício. "Havia incorreções no estudo do CNE, não faltam professores e sim faltam professores licenciados para as áreas específicas", diz o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais do MEC (Inep), Dilvo Ristoff.
     Ou seja, há profissionais formados em outras áreas ou mesmo professores de disciplinas diferentes dando aulas nas salas que estariam abandonadas. Em Física e Química existem, respectivamente, 6 mil e 8 mil professores licenciados, mas são cerca de 60 mil trabalhando em cada uma das áreas.
     Portanto, cerca de 90% de quem ensina essas disciplinas não tem a formação adequada para isso.

Fonte: Agência do Estado
Acessado no site
<www.goiaseducacao.com>