O Ministro da Educação Fernando Haddad recebeu em seu gabinete, no dia 25 de março, os reitores Amaro Lins (UFPE), Edward Madureira Brasil (UFG), João Cousin (FURG), respectivamente, presidente, 1º e 2º vice-presidentes da Andifes, as reitoras Malvina Tuttman (Unirio) e Maria Lúcia Cavalli (UFMT), membros da Comissão de Desenvolvimento Acadêmico (CDA), o reitor Alan Barbiero (UFT), a presidente do Fórum dos pró-reitores de Graduação (Forgrad), Sandramara Matias Chaves, e o secretário executivo da Associação, para apresentar a proposta do Ministério da Educação (MEC) sobre a alteração do modo de acesso às universidades federais, tradicionalmente feito por meio do vestibular.
     O ministro apresentou a proposta de unificação dos vestibulares acompanhado de membros da sua equipe: secretária de Educação Superior Maria Paula Dallari, secretário executivo José Henrique Paim, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, e a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
      Fernando Haddad considera a passagem do ensino médio para o superior “traumática e anômala”. Segundo ele, o sistema de acesso é “pouco inteligente e ineficiente”. Sua preocupação com essa questão parte, primeiramente, da influência que o vestibular exerce sobre o Ensino Médio. De acordo com o ministro, está na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação que o vestibular seja feito tendo em vista o Ensino Médio, fato que não ocorre atualmente: “O Enem não sinaliza nada para a educação básica, e o vestibular sinaliza muito mal”, afirmou.
     Depois de estudos e discussões preliminares, o MEC anunciou que a nova forma de acesso consistiria em um “Enem modificado”. O diretor do Inep, Reynaldo Fernandes, explicou que a prova teria quatro grupos de questões, divididas em Linguagens e Códigos (português e inglês), Matemática e Estatística, Ciências da Natureza (biologia, química, física), Ciências Humanas (história, geografia, ciências sociais, economia) e uma redação, aplicadas em dois dias. Reynaldo Fernandes resumiu o caráter do processo seletivo: “Seria o conteúdo dos exames vestibulares, mais a forma de perguntar do Enem”.
     Realizada a prova, o aluno teria um boletim de desempenho, que apresentaria nas universidades de seu interesse (previamente informadas na inscrição), pleiteando vaga em determinado curso. Modelo semelhante é usado nos Estados Unidos, com o SAT (Scholastic Assessment Test). A expectativa do MEC é que o novo sistema atenda ao desejo de reorganização do Ensino Médio e avalie a capacidade de interpretação e de utilização do conhecimento técnico na resolução de problemas práticos do cotidiano. Fernando Haddad garantiu ainda que está preservada a autonomia das Ifes para aderir ou não ao novo processo seletivo.
    O 2º vice-presidente da Andifes, reitor João Cousin (FURG), saudou a iniciativa do ministro e afirmou que ela traz mais justiça. A presidente da CDA, Malvina Tuttman, ressaltou a importância da participação da Andifes nas questões técnicas pertinentes à elaboração da prova e a necessidade de rapidez da discussão, para implantar as mudanças ainda neste ano, como deseja o ministro. O reitor Alan Barbiero (UFT) levantou preocupação com uma possível resistência regional, questionando se universidades de estados menos desenvolvidos teriam suas vagas ocupadas prioritariamente por estudantes de outras regiões. O 1º vice-presidente da Andifes, reitor Edward Madureira Brasil (UFG), sinalizou preocupação com a segurança requerida para aplicação de tal prova, de caráter nacional. A reitora Maria Lucia (UFMT) apoiou a idéia, que ela considera “fundamental para a mudança de mentalidades”.
     Essa foi a primeira reunião formal entre Andifes e MEC para discussão do tema da mudança dos vestibulares, ainda não conclusiva. O que ambas as partes acertaram é que o MEC deve encaminhar do*****ento básico com a proposta, que a Andifes apresentará para apreciação de todas as universidades federais. Na seqüência, deve ser marcada uma reunião na associação, com a presença do MEC, para continuar a discussão da matéria. O presidente da Andifes afirmou que este é um tema de interesse da entidade, que está sempre disposta a debater o aprimoramento da forma de acesso às universidades federais. Ele também entende que os tradicionais vestibulares têm características positivas e grande credibilidade na opinião pública.

Fonte: Andifes
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Em 30/03/2009