Encontros de negócios vão divulgar oportunidades econômicas existentes ao longo do trajeto da Ferrovia Norte-Sul, nos campos da agricultura, pecuária, mineração, comércio e serviços.
     A Ferrovia Norte-Sul (FNS), quando estiver concluída em 2011, vai percorrer 1.200km pelo Estado. Para aproveitar este potencial, o governo estadual (por meio da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento/Seplan), a Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, o Banco do Brasil e o Sebrae em Goiás vão promover, nos meses de agosto, setembro e outubro, uma série de nove workshops, abrangendo 53 municípios, com o objetivo de divulgar oportunidades econômicas existentes ao longo do trajeto da ferrovia, em especial nos campos da agricultura, pecuária, mineração, comércio e serviços.
     Para o secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Oton Nascimento Júnior, esses encontros servirão para que as empresas construtoras possam estabelecer canais diretos com as comunidades locais, mostrando suas demandas por produtos, serviços e mão-de-obra. “A meta principal é acelerar o desenvolvimento econômico regional, com geração de emprego, renda e maior volume de cargas para a ferrovia, cuja operação comercial está prevista para iniciar em maio de 2010”, observa.
     O primeiro workshop aconteceu no dia 22/08, em Petrolina de Goiás. Nos workshops os participantes terão informações objetivas e claras sobre mercado de trabalho, demanda por serviços e produtos, potenciais econômicos, logística (sistemas rodoviário, aeroviário e ferroviário) e, principalmente, novas oportunidades de negócios nos segmentos de comércio, indústria e prestação de serviços e outros.
     Somente na construção da via férrea, explica Oton Nascimento, serão empregados 7,5 mil trabalhadores em Goiás, com reflexos positivos na comercialização de produtos em todas as cidades localizadas no trajeto da via férrea.
     De acordo com João Bosco Umbelino, diretor-superintendente do Sebrae em Goiás, a instituição participará da ação em função do impacto socioeconômico positivo que a construção e instalação da ferrovia causará no Estado.
     Cabe ao Sebrae, ressalta João Bosco, fazer a mobilização dos empreendedores dos municípios beneficiados, bem como apresentar um painel de oportunidades de negócios que podem ser encampadas pelas micro e pequenas empresas goianas. “O mapa da mina está traçado e o trem que carrega em si o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás começa a acelerar em ritmo forte”, sinaliza.
     Para José Francisco das Neves, presidente da Valec, a Norte-Sul oferecerá uma logística adequada à concretização do potencial de desenvolvimento do Estado, fortalecendo a infra-estrutura de transporte necessária ao escoamento da produção agropecuária e agroindustrial. “Sua implantação contribui para o aumento da renda interna, o aproveitamento e melhor distribuição da riqueza nacional, a geração de divisas e abertura de novas frentes de trabalho, permitindo a diminuição de desequilíbrios econômicos”.
     Para o governador Alcides Rodrigues, que afirmou que Goiás representa 3% do PIB nacional e está entre os 10 Estados mais competitivos do Brasil, a ferrovia deve acelerar estes números rapidamente, alavancados pelas exportações e pelo avanço da ciência e da tecnologia. “Com esta ferrovia, os nossos produtos vão poder chegar a mercados como a Ásia com até 45 dias a menos de transporte, reduzindo custo de frete, tirando a carga pesada das estradas e economizando com manutenção nas rodovias”, conclui.
     Goiás não será mais o ‘fim da linha’ da Ferrovia Norte-Sul. Previsto inicialmente para descarrilar em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia, o projeto da ferrovia recebeu uma ‘esticadinha’ e agora vai desembocar em Estrela d’Oeste, em São Paulo, atravessando as regiões sul e sudoeste de Goiás, onde estão importantes municípios produtores de riquezas, como Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Campestre, Indiara, Jandaia, Jataí, Maurilândia, Paranaiguara, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena, São Simão e Turvelândia.
     O traçado inicial da Norte-Sul previa a construção de 1.550 quilômetros de trilhos, cortando os Estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. A lei federal 11.297 incorporou o trecho Açailândia-Belém, elevando o percurso total para 1.980km de extensão. Com a interligação com Estrela d´Oeste, a Norte-Sul passará a ter conexões com outros 5 mil quilômetros de ferrovias privadas, possibilitando a ocupação econômica e social do Cerrado brasileiro (área de 1,8 milhão de km² , correspondendo a 21,8% do território do País, onde vive 15,5% da população).
     O trecho Uruaçu/Anápolis (280 quilômetros) já está em execução e deve ser concluído até o final de 2009. O trecho que liga Rio Verde a Estrela d’Oeste terá 650 quilômetros de extensão, devendo ser concluído em julho de 2011. As obras foram retomadas com força total em janeiro de 2008, após a liberação por parte do governo federal de recursos na ordem de R$ 195 milhões. Ao todo, a obra custará cerca de R$ 8 bilhões.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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