No dia 22 de maio,foi o Dia Mundial da Biodiversidade.  A Organização das Nações Unidas (ONU) pretende chamar a atenção para a questão e, por isso, declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade.
O 3º Relatório do Panorama da Biodiversidade Global (conhecido pela sigla inglesa de GBO3), que o Ministério do Meio Ambiente está lançando na versão em português, confirma que o mundo não *****priu com o objetivo adotado em 2002 na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo de lograr uma redução significativa no ritmo de perda da biodiversidade até 2010.

O GBO3 conclui que os ecossistemas naturais que sustentam a economia, a vida e os meios de subsistência em todo o planeta estão em perigo devido  a rápida degradação e colapso. Segundo o do*****ento, uma perda massiva da biodiversidade é cada vez mais provável, o que pode ocasionar severa redução de muitos serviços ambientais essenciais para as sociedades.

Como vários pontos de ruptura estão se aproximando, os atuais ecossistemas podem ser substituídos por sistemas degradados menos produtivos de difícil ou impossível recuperação.O relatório GBO3, no entanto, não traz apenas más notícias. Entre as boas notícias, está o fato de que os avanços mais significativos de resposta ao declínio da biodiversidade ocorreram na Amazônia brasileira, onde se verificou um declínio de 75% na taxa anual de desmatamento desde 2004 e uma ampliação de 100% nas áreas protegidas desde 2002 (considerando tanto as unidades de conservação federais quanto as estaduais).

Outros avanços importantes no Brasil podem ser arrolados. Estudo recente de bibliometria concluiu que os pesquisadores brasileiros foram responsáveis por 45% de todas as publicações científicas em sistemática biológica sobre a biodiversidade neotropical publicadas no século XX. É importante que na estratégia de conservação os esforços não estejam limitados às ações de governos. É preciso que o setor empresarial e os consumidores brasileiros façam a sua parte e promovam a produção e o consumo sustentáveis dos produtos derivados da biodiversidade.

De que adiantam os protestos indignados contra o desmatamento dos nossos biomas se cada um de nós não mudar seus padrões de produção e de consumo? Quantos de nós ao fazer compra de produtos de madeira pergunta sobre a origem da madeira?, essa nova conscientização começa a tomar corpo em nosso país, transbordando as fronteiras de grupos sócio-ambientalistas para constar das estratégias de negócio de diferentes setores empresariais, como o dos produtores de óleos vegetais que baniram há mais de três anos a compra de soja produzida em áreas de desmatamentos recentes na Amazônia; ou dos produtores de etanol a partir da cana-de-açúcar que apoiaram o zoneamento agroecológico que visa garantir que a expansão da cana não promova o desmatamento e remoção de ecossistemas naturais; ou dos frigoríficos e supermercados que anunciaram recentemente um pacto pela produção de carne sustentável.
Dados divulgados pelo Dr. Pavan Sukhdev, líder do "Estudo da Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade" (conhecido pela sigla inglesa de TEEB), indicam que o mundo perde capital natural, isto é, biodiversidade, num valor estimado entre dois e cinco trilhões de dólares por ano apenas com o desmatamento. Por outro lado, estudos recentes estimam que investe-se um total de US$ 10 milhões por ano na conservação da biodiversidade em todo o planeta. Calcula-se que seriam necessários US$ 28 milhões anuais nos próximos 30 anos para cobrir 10% do território de todos os países, incluindo o custo de aquisição e gestão de reservas quanto à biodiversidade existente.

Fonte: Izabela Teixeira em Valor Online