Se não tivesse feito o Exame Nacional do Ensino Médio no ano passado, Carla Araújo, de 18 anos, caloura de Comunicação Social na PUC-Rio, teria que esperar por uma reclassificação no vestibular. Foi a sua nota no Enem que lhe valeu uma vaga – logo de cara – na universidade.
     O exame, que hoje é utilizado nos processos de seleção de cerca de 50 instituições no Rio (e cerca de 600 em todo o Brasil), vem se firmando como alternativa ao vestibular. Prova disso é que, em seu próximo concurso, o Cefet-Química aumentará o número de vagas destinadas aos melhores do Enem.
    “Nosso edital deve sair até o início de setembro, mas, de 25%, a reserva de vagas poderá chegar a 40%. Em 2008, conseguimos, pela primeira vez, preencher todas as vagas abertas para o Enem com alunos que tinham feito o exame, sem nenhuma sobra. Isso é prova de que cada vez mais jovens estão se submetendo à prova e de que ela é importante para a nossa seleção” explica Marcos Antônio Carnavale de Barros, diretor-adjunto de integração e responsável pela coordenação do vestibular do centro federal.
     O Cefet-Química é uma das duas instituições públicas do Rio que utilizam o Enem no ingresso dos estudantes. A Unirio, que já ampliou a reserva de vagas de 20% para 50% nos últimos anos, é a outra. Segundo o vice-reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca, em princípio, não há previsão para um novo aumento dessa reserva: “o Enem nos interessa como forma de ingresso porque é abrangente. Posso dizer que 50% das vagas para o exame é um número que atualmente nos satisfaz, mas estamos estudando outras formas de seleção, além dessa e do vestibular”.
     As instituições de ensino superior têm autonomia para decidir se utilizam as notas do Enem em seus processos seletivos. Não há imposição ou projeto para aumento das vagas ou adesão de novas instituições, por parte da organização do exame. Quem explica é o coordenador-geral do Enem, Dorivan Ferreira Gomes. “Não impomos uma diretriz. Mas a vantagem para essas instituições que recorrem às notas do Enem é que, além de ele ser extremamente democrático, é gratuito para as universidades” diz.

Fonte: Jornal O Globo
Acessado no site
www.goiaseducacao.com
em 20/08/2008