A amora – assim como ameixa, uva, açaí e jabuticaba, entre outras
frutinhas agradáveis ao paladar – vem lotada de pigmentos arroxeados
conhecidos como antocianinas e são sinônimos de longevidade. Além de conferir cor escura à casca, essas substâncias também
aparecem em peso na polpa dos alimentos e são capazes de livrar as
células do corpo das mais variadas encrencas. “Estão entre os
antioxidantes mais poderosos da natureza”, comenta a nutricionista Suzy
Naomi Yamaguchi, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
“Eles
são aliados no combate aos radicais livres, o que protege a pele contra
o envelhecimento precoce e ajuda a evitar doenças degenerativas, como o
câncer”, afirma. Para se ter ideia, no ano passado, cientistas da Ohio State Comprehensive Cancer Center, nos Estados Unidos, notaram, por meio de testes em ratos, que as antocianinas inibem o crescimento de células tumorais.
Enquanto os estudos ainda avançam, certo é que não dá para ignorar
outro valente antioxidante, a vitamina C, presente em boas quantidades
nessa fruta originária da Ásia. O nutriente é capaz de proteger
elementos indispensáveis para o corpo, como proteínas, gorduras,
carboidratos e ácidos nucleicos (RNA e DNA), de danos provocados pelos
temidos radicais livres.


Coração aliviado

As
antocianinas também fazem sua parte contra a oxidação do LDL, molécula
que transporta colesterol para todos os órgãos. Com isso, evitam
formação de placas nos vasos sanguíneos, quadro que pode desencadear
derrame e enfarte.
Além disso, a amora vem carregada de um
sal mineral importante para o coração: o potássio. “O nutriente
facilita a dilatação dos vasos e, com isso, ajuda a controlar a
pressão”, garante Suzy Yamaguchi. De lambuja, pode reduzir os efeitos
negativos do sal, como a hipertensão, porque induz a eliminação do
sódio pelos rins.
Para completar, o sistema cardiovascular
se beneficia da pectina, outra maravilha da amora e de outros frutos
roxos. “É uma fibra solúvel que pode reduzir os níveis de colesterol no
sangue”, aponta a consultora nutricional Vivian Bausas, da Nutri
Empresa Saudável, de São Paulo. Segundo a especialista, a amora preta é
a espécie que mais carrega esse tipo de fibra.


A amora é cheia de potássio, mineral importante para a saúde do coração.

Cinturinha fina

A
combinação de antocianinas e pectina também garante o corpo esbelto.
Isso porque as substâncias são ótimas para regular o funcionamento das
células “engordativas” e controlar o excesso de peso. Outro ponto a
favor da turma arroxeada: ao contribuir para que as células fiquem em
equilíbrio no corpo, é possível aumentar a resistência à insulina, mal
que deflagra a diabete tipo 2. “Sem contar que a amora é magrinha por
natureza: são apenas 43 calorias para cada 100 gramas do alimento”,
alerta a nutricionista do Hospital Sírio-Libanês.


Livre de infecções

Prevenção
de infecções, especialmente no trato urinário, é mais uma vantagem da
santa amora. Além da ação diurética (isto é, diminui a retenção de
líquidos no corpo), estudos científicos têm comprovado que o suco da
fruta é eficaz na destruição de bactérias como a E. coli, responsável por uma vasta lista de infecções no organismo humano.



Tem
mais: a amora já mostra seus poderes contra o vírus do herpes tipo 2
(HSV-2, ou herpes simples), responsável por feridas dolorosas nos
lábios e nos órgãos genitais – estima-se que o vírus esteja presente em
90% da população, embora se manifeste em cerca de 10% dos brasileiros.
Pelo menos é o que algumas pesquisas têm demonstrado.
Cientistas
da Universidade de Kaohsiung, em Taiwan, garantem que a amora alpina,
encontrada em solo brasileiro, é capaz de suprimir os sintomas do
herpes. “A notícia é bem-vinda, mas ainda faltam estudos conclusivos
sobre esse efeito”, ressalta Suzy Yamaguchi.


Esqueleto protegido

Certo
é que a amora também é frequentemente apontada como importante fonte de
cálcio, nutriente fundamental para a formação da massa óssea – sua
falta é a principal causa da osteoporose. E não é à toa. “São cerca de
30 miligramas desse mineral em 100 gramas do fruto”, diz a
nutricionista do Hospital Sírio-Libanês. A uva, por exemplo, tem apenas
14 miligramas de cálcio, enquanto a ameixa fica na lanterninha, com
apenas 6 miligramas.
Já a vitamina K, outro nutriente da
amora, favorece a mineralização e o crescimento dos tecidos ósseos. O
fósforo, parceiro do cálcio na manutenção do esqueleto, também tem
lugar de destaque nessa frutinha – são cerca de 20 miligramas para 100
gramas do alimento. Sem contar que o mineral ainda melhora a
resistência do organismo e manda a fadiga para o espaço.


Eita, preguiça!
Por
falar em fadiga, se está faltando pique para enfrentar o dia a dia, aí
vai outro motivo para você apostar na amora: ela fornece
aproximadamente 10 gramas de carboidrato por porção. A vitamina C, por
sua vez, além de espantar os radicais livres, promove a síntese de
carnitina, pequena molécula envolvida no transporte de gordura para a
célula, que renova as energias.


Composição nutricional da amora preta crua


Calorias 43 kcal
Proteína 1,39 g
Carboidrato 9,6 g
Fibras 5,3 g
Cálcio 30 g
Magnésio 20 mg
Manganês 0,64 mg
Fósforo 22 mg
Ferro 0,32 mg
Potássio 162 mg
Cobre 0,16 mg

Vitamina C 21 mg

Obs.: valores aproximados referentes a 100 gramas do alimento cru. Fonte: Tabela de Composição Química dos Alimentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

Fonte: Revista Vida Natural & Equilíbrio