A acadêmica do curso de medicina da Unifimes, campus de Mineiros, Arianny Lima da Silva, integrou e foi orientada em seu Trabalho de Conclusão de Curso por grupo de Pesquisa constituídos por Pesquisadores da Unifimes, Dra. Camila Botelho Miguel, Dra. Melissa Carvalho Martins de Abreu e Dr. Wellington Francisco Rodrigues, orientação da qual resultou no trabalho e sua publicação.

A pesquisa “Proximity matrix indicates heterogeneity in the ability to face child malnutrition and pandemics in Brazil: An ecological study”  indicou regiões no Brasil com maiores fragilidades para o enfrentamento de pandemias frente ao quadro de pobreza, desigualdade social e mortalidade infantil por desnutrição, e teve o objetivo de gerar indicadores prospectivos para as macrorregiões mais frágeis do país no que tange à pobreza, desigualdades sociais e mortalidade infantil por desnutrição que possam refletir piores desfechos frente ao combate de pandemias.

O estudo foi publicado neste mês em uma revista internacional de prestígio da comunidade científica, denominada “Frontiers Public Health”, especializada em saúde pública (Fator de Impacto Internacional: 6.461). A pesquisa levantou, avaliou e relacionou as taxas de mortalidade por Covid-19 e por desnutrição infantil para determinar por meio de modelagem estatística prospectivamente macrorregiões com maiores fragilidades para o enfrentamento de pandemias.

O trabalho avaliou as taxas de desnutrição infantil no período de 1996 a 2017 e a mortalidade por COVID-19 de fevereiro a dezembro de 2020 para todo o país e separado por macrorregiões.  As informações para a mortalidade por Covid-19 foram avaliadas para o ano de 2020 por ser o primeiro ano de enfrentamento da doença no país.

Um total de 3.895 óbitos por desnutrição infantil nos 22 anos avaliados foram registrados e embora uma diminuição das taxas de óbitos por desnutrição no país tenha sido encontrada para os próximos anos (até 2025) as regiões Norte e Nordeste possuem tendência a terem médias de óbitos por desnutrição acima da média esperada para o país de forma geral.

Com isso, foi possível apontar a região nordeste como um a macrorregião mais frágil aos efeitos de uma pandemia no que tange à pobreza extrema e morte infantil por desnutrição. Posteriormente à região nordeste seguiu a região norte do país e a região sul foi a macrorregião com menor fragilidade aos reflexos da pandemia para a miséria, fome e óbito por desnutrição.

Em resumo, este estudo revelou que no contexto da pandemia de COVID-19, as regiões Norte e Nordeste tendem a ter maiores impactos negativos sobre a desnutrição infantil devido às projeções da pandemia. De acordo com os autores, os dados colaboram para a geração de indicadores que permitem fortalecer ações ao combate da fome, miséria e prevenir colapsos futuros frente à agraves pandêmicos. “O momento é de profundas preocupações com a temática pobreza, fome, desnutrição infantil e capacidade ao enfrentamento de pandemias para o nosso país, haja vista que o Brasil entrou novamente na linha da pobreza onde um quarto da população vive na pobreza e o país está entre os dez países do mundo com maior desigualdade social…”.

O estudo pode ser encontrado na integra no link a seguir:

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2022.1019300/full?&utm_source=Email_to_authors_&utm_medium=Email&utm_content=T1_11.5e1_author&utm_campaign=Email_publication&field=&journalName=Frontiers_in_Public_Health&id=1019300