Representantes de instituições particulares de ensino fizeram críticas ao que consideram interferência do Estado no funcionamento das escolas.
    Em audiência pública da Frente Parlamentar do Ensino Superior, os convidados também sugeriram mudanças em projetos sobre o tema.
   O presidente da Associação Brasileira de Direito Educacional e diretor do Departamento Jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, José Roberto Covac, disse que o projeto de reforma universitária do Executivo (PL 7200/06) "dá pouca importância à educação a distância, na contramão do desenvolvimento tecnológico e das demandas da sociedade".
  Covac criticou ainda o sistema de credenciamento para centros universitários e universidades. Segundo ele, os critérios estabelecidos pelo projeto "são muito restritivos e impedem o credenciamento de algumas instituições simplesmente pelo excesso de normas burocráticas".

Excesso de portarias
     Roberto Covac também reclamou da quantidade de portarias do Ministério da Educação (MEC) para normatizar o funcionamento das instituições de ensino superior.
De acordo com ele, o excesso de portarias gera insegurança jurídica e interfere na gestão das escolas particulares. "As instituições levam muito tempo e gastam muitos recursos apenas para atender a exigências burocráticas", reforçou.
   Ele disse ainda que atualmente o MEC extrapola a competência de legislar sobre educação e interfere em temas como relações de consumo e de trabalho, "o que causa transtornos administrativos".
     Segundo Covac, ao mesmo tempo em que o MEC "exacerba na edição de normas, falha no *****primento dos prazos de avaliações institucionais e de publicação de portarias que beneficiam as escolas".
      Ele defendeu a aprovação do Projeto de Lei 4212/04, do deputado Átila Lira (PSB-PI), que limita os poderes do MEC para editar portarias. Segundo o projeto, a União só poderá editar normas sobre cursos de graduação e pós-graduação mediante lei.

Bem público
    O diretor de relações institucionais do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Antonio Carbonari Netto, criticou o conceito de educação como bem público presente no projeto do Executivo.
Segundo ele, a categoria de bens públicos inclui o subsolo, os mares, os rios e estradas, mas a educação é um bem social. "O conceito do Executivo é inadequado, pois impossibilita a exploração privada dos serviços e exige regime de concessão", explicou.
    Além desse aspecto conceitual, ele criticou pontos específicos que representariam ingerência do Estado. Carbonari citou a exigência de 1/3 de docentes em tempo integral, considerada por ele como inviável financeiramente. Ele também reivindicou a autorização para as escolas expedirem os diplomas dos alunos formados. Em sua avaliação, é contraditório autorizar a abertura dos cursos e não permitir a emissão dos diplomas.
      O projeto do Executivo mantém a exigência da Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB – 9.394/96) de que os certificados sejam dados por universidades públicas credenciadas pelo MEC. No caso do Distrito Federal, por exemplo, apenas a Universidade de Brasília (UnB) está autorizada a expedir os diplomas de estudantes formados em faculdades privadas.

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados
Acessado no site: www.goiaseducacao.com
Em 16/06/2008