Entre 2004 e 2007, 83 mil teses de mestrado foram desenvolvidas e 60 mil artigos acadêmicos da pós-graduação foram publicados. Essas são apenas algumas informações que resultam do trabalho de avaliação da pós-graduação desenvolvido por especialistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Para dar continuidade ao trabalho de avaliação, entre 2008 e 2010, 45 coordenadores de área da Capes tomaram posse nesta segunda-feira, 11, no Ministério da Educação, em Brasília.

     Durante a cerimônia, o ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou o novo papel da Capes. Segundo Haddad, com a lei da Nova Capes, aprovada em 2007, cabe também à instituição a formação de quadros para o magistério. "A Capes assume a missão de formação de mestres, doutores e agora também de licenciados para atuação na escola pública, no magistério", ressaltou.
   Segundo o presidente da Capes, Jorge Guimarães, ao invés de criar uma agência específica para a educação básica, chegou-se à conclusão de que a Capes, com a experiência que adquiriu com apoio da comunidade, mostrou-se um elemento mais capaz de desempenhar esse papel. "Essa nova Capes assume atribuições importantes relativas a diversas secretarias do ministério que lidam com todos os componentes da educação básica", disse.
     Na visão do ministro, para que a qualidade da educação superior alcance também a educação básica, é preciso construir uma ponte entre os dois níveis de ensino. "Não é admissível que um país que atingiu o 15º lugar no ranking de produção científica mundial, esteja em 50º lugar na qualidade da educação básica", afirmou. Para Haddad, isso só será possível a partir de políticas educacionais que privilegiem uma visão sistêmica da educação, em que a União assuma a responsabilidade pela formação de quadros de nível superior para todos os níveis de ensino, inclusive para a educação básica. "A União, que mantém a maior parte de universidades públicas do país, pela própria lei estava desonerada dessa tarefa", lembrou Haddad, referindo-se à Lei de Diretrizes e Bases. A lei previa que a formação para o magistério cabia apenas supletivamente à União.
     Haddad destacou novos programas, que dão consistência ao trabalho da Nova Capes, entre eles a escola de Altos Estudos e o Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid). A Escola de Altos Estudos busca tornar o Brasil roteiro obrigatório da ciência internacional ao trazer cientistas de renome internacional ao país, com o custeio a cargo da Capes. "Só na área de neurociências, serão 25 cientistas dos cinco continentes que virão ao Brasil entre julho e agosto para oferecer cursos formais de pós graduação", anunciou.
     O ministro considera o Pibid um programa que repara a antiga postura das políticas educacionais que "deprimiam as licenciaturas, porque não havia estímulo nenhum à permanência dos estudantes nas licenciaturas". O programa prevê a participação de bolsistas nas atividades de ensino-aprendizagem da escola pública.
     Coordenadores de área ― Eles têm papel fundamental no processo de avaliação de cursos de mestrado e doutorado. Cada coordenador de área coordena as comissões e grupos regulares de consultores correspondentes ao seu campo de atuação. Além disso, os coordenadores avalizam a qualidade dos pareceres apresentados por consultores ou comissões. Também contribuem para o debate e a definição da política nacional de desenvolvimento de pesquisa e de pós-graduação, subsidiando a diretoria da Capes na seleção de consultores científicos qualificados. São 46 coordenadores de área (sendo uma delas dividida em duas subcomissões, o que leva à referência usual de 47 áreas de avaliação). Veja a lista dos empossados na página eletrônica da Capes.

Maria Clara Machado
Fonte: Mec
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