Mais de um milhão de vagas oferecidas nas instituições de ensino superior no país em 2006 – exatas 1.025.955 – ficaram ociosas, ou seja, não foram preenchidas pelos estudantes que participaram do vestibular.
     Esse número representa 49% das vagas oferecidas em todo o país. Em 2005, esse percentual foi de 43%. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2006, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, 97,3% das vagas ociosas foram oferecidas por faculdades privadas.
    Nas universidades públicas, onde os vestibulares são mais disputados, quase a totalidade das vagas foi preenchida. Das 298.191 vagas ofertadas por essas instituições, 271.499 foram preenchidas. A ociosidade foi de apenas 8,9% (26.692 vagas). A taxa de jovens matriculados subiu de 11% para 12%.
     O censo revelou ainda que o acesso ao ensino superior continua subindo em ritmo lento. Cresceu apenas um ponto, de 11% para 12%, a taxa de escolarização, que significa o percentual da população com idade entre 18 a 24 anos que está matriculada num curso superior. O Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso prevê que, até 2011, 30% dos jovens com essas idades estejam na universidade.
     Curso de educação à distância cresceu 571% em três anos.O levantamento registrou ainda um grande crescimento nos cursos de educação à distância (EAD). De 2003 a 2006, houve um aumento de 571% em números de cursos e de 315% no número de matrícu$. Em 2005, os alunos de EAD representavam 2,6% do total de estudantes. Em 2006 passaram a ser 4,4%.
     Segundo o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, os números mostram que é preciso dar atenção ao ensino a distância, que teve mau desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
     Não dá mais para se tratar ensino a distância como algo residual. O Enade já havia mostrado que o desempenho desses alunos é o pior – disse.
    Participaram do censo 2.270 instituições, das quais 248 públicas e 2.022 privadas. Segundo os dados, 37,1% das instituições públicas têm estatus de universidade. O mesmo ocorrem em apenas 4,3% das escolas particulares. O Inep chegou à conclusão de que no Brasil existe um predomínio de pequenas instituições de educação superior, já que 67,5% delas têm até mil alunos.
     A região Sudeste concentra 48,1% das instituições do país: É importante destacar, no entanto, que essa concentração já foi maior – analisa Fernandes.
     O censo registrou um aumento de 6,6% no número de matrículas, quando comparados 2005 e 2006, um salto de 4,580 milhões para 4,883 milhões de novos alunos. O número de doutores do país atingiu 70.616.
     A região Sudeste têm o maior número desses pós-graduados, com um doutor para 61 alunos, enquanto a região norte tem um doutor para 133,2 graduandos.

Fonte: Gazeta do Povo
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