Quase 80% dos professores brasileiros não se sentem valorizados pela sociedade. É o que mostra o estudo "As emoções e os valores dos professores brasileiros", coordenado pela educadora Maria Tereza Perez Soares e encomendado pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e pela Fundação SM.
     A pesquisa, que ouviu 3.584 docentes do País, evidencia o que muitos professores sentem nas redes pública e particular. Segundo Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), nos últimos anos houve uma redução do grau de valorização do professor. "Mas a redução não aconteceu apenas em relação ao professor, mas a valorização da sociedade em relação à política e até religião."
     O que ajudaria a reverter esse quadro, segundo La Taille, é a mudança de atitude do professor em relação à docência. "As condições de trabalho não são as melhores, mas o professor, em vez de priorizar o relacionamento, deveria ter uma relação mais privada com a docência. Em vez de valorizar o afetivo, deveria dar ênfase à transmissão do conhecimento, ao seu desempenho."
     A citação de La Taille explica outro dado: 31,6% dos professores consideram o ensino como "atividade ligada aos valores e à moral" e apenas 8,6% o consideram como "trabalho". Já o secretário-geral da OEI, Álvaro Marchesi, ressalta que, mesmo assim, os professores brasileiros são mais otimistas em relação ao futuro. "O estudo mostra que cerca de 80% deles vêem o futuro de forma positiva. Na Espanha, são 60% que enxergam dessa maneira."

Fonte: O Estado de São Paulo
31/10/2007 10:23h
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