Segundo a ONU, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza só são menos desiguais que 3 cidades africanas. Número de moradores de favelas caiu 16% no Brasil.

Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília são as cidades mais
desiguais do Brasil, segundo relatório da Organização das Nações
Unidas (ONU), que será divulgado nesta sexta-feira (19), no Rio
de Janeiro. Em comparação às cidades no mundo, só perdem para
três cidades sulafricanas, que lideram a lista de desigualdade:
Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni.

O Brasil, no entanto, ainda é considerado pela ONU o pior da
América Latina em termos de desigualdade.

Esse é um dos dados que serão apresentados no Píer Mauá, na Zona
Portuária do Rio, onde vai acontecer, na próxima semana, o V
Fórum Urbano Mundial da ONU. Este ano o tema em debate é o
crescimento das cidades e as políticas públicas que precisam ser
implementadas para o cidadão ter seus direitos garantidos, como
o acesso à moradia. Segundo a ONU, mais da metade da humanidade
hoje vive em cidades.

As cidades citadas apontaram um valor de Gini, baseado na renda,
superior a 0,60. Esse índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo
de 1, maior a desigualdade entre o que as pessoas ganham).

No relatório, a ONU ressalta que quando o índice de Gini tem como
base o gasto em consumo, reflete menos desigualdade do que
quando se baseia em renda. Isso significa que, mesmo que as
cidades brasileiras apresentem um alto índice de desigualdade de
renda, o acesso à água potável e ao saneamento básico obtiveram
um resultado melhor do que as cidades altamente desiguais dos
países pobres africanos.
Um exemplo, segundo a ONU, é que em Brasília, apesar do alto
valor de Gini, 90% da população tem acesso à água corrente e
85%, a saneamento.

Favelização diminuiu

De acordo com o relatório, 227 milhões de pessoas em todo o mundo
deixaram as favelas na última década. O relatório afirma que o
Brasil conseguiu reduzir sua população favelizada em 16% desde
2000. Cerca de  10,4 milhões de pessoas melhoraram as condições
de vida nesses 10 anos.

A redução na favelização no Brasil é atribuída, entre outros
fatores, a políticas que aumentaram a renda dos mais pobres,
redução do crescimento populacional e programas de urbanização. Afirma ainda que China e Índia também
melhoraram as condições de moradia de suas populações. Só na
Índia, 125 milhões de pessoas saíram das favelas entre 2000 e 2010.

Fonte: g1.com.br